terça-feira, 28 de agosto de 2012

Farol sem Luz

Ando incerto, ando por ai....amando, chorando, rindo..
Ando incerto, sem rodoviária, sem pódio, ando incerto, indo..
Ando sem saber o dia seguinte, o amanhecer, o entardecer, à noite..
Ando as duras penas, sem perspectiva,  sem morada certa.

Fico pensando comigo mesmo: meu Deus! Onde irei sem saber?
As pessoas me olham desconfiadas, não entendem meu caminhar.
Se pelo menos eu mesmo entendesse, poderia até compreende-las.
O fato, é que minha maldita infância me sabotou.

Que dificuldade para me adaptar, que dificuldade de chorar.
Minha mãe ficou no caminho dela, sem culpa, sem dor...
Meu pai morreu de angustia por nunca ter me conhecido de fato.
Minha tia se fora com a consciência tranquila, depois de tripudiar a minha.

O pior é que não tenho ninguém, ninguém que tome um sorvete comigo.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Poesia ridicularizada.

Outro dia passando a caminho da casa da minha mãe que mora nas adjacências da Main street(rua movimentada da cidade de Vancouver), me deparei com um rapaz nos seus 27 anos, em meio àquela velocidade típica da Main - umas das principais avenidas, localizada na zona leste da cidade -, horário de rush, ônibus, carros, motos e bicicletas..voltando do trabalho..

Estava lá, àquele rapaz com o violão e um olhar fixo no primeiro andar, enquanto cantava uma velha canção dos Beatles, declarando melodicamente o seu amor a garota daquele apartamento cuja a sacada continuava vazia, apesar da porta que dava acesso aquela sacada estar aberta. Estava ele indiferente aos olhares irônicos..envolto em seu universo cheio de sentimentos e com seu olhar fixo na sacada do primeiro andar.

Parei, e comecei a observar àquela cena tão inusitada para um horário de rush, percebia às pessoas olharem de sobre salto ou ironicamente, como se ridículo fosse aquilo.

Resolvi sentar do lado oposto da calçada, fiquei ali torcendo para que àquela oculta amada aparecesse e desse pelo menos um sorriso para aquele rapaz, mostrasse o ar de sua graça para quem lhe declarava amor. Depois de meia hora ali, em pé em frente a sacada da tal amada, ele pára, com um olhar desiludido põe o violação na bolsa, e sai cabisbaxo e com olhar triste.

Me levantei da calçada a qual estava sentado do lado oposto da rua e comecei a me aproximar do prédio, quando de repente aparecem duas jovens  na sacada, riam e ironizavam o rapaz, como se forá ele o ridiculo, o personagem secundário da estoria.